Viajar com a família é ótimo para se passar mais tempo junto, para conhecer ainda mais aquelas pessoas com quem dividimos casa, a vida e amor. Tem o que acorda às 6h e o que acorda às 10h, tem aquele que é fit e o que é fat, tem o que é o primeiro a ficar pronto, o que sempre se atrasa e o que sempre briga com quem se atrasou. Tem briga, tem risada, tem carinho, tem afeto, tem muito. Muito de tudo.
Já viajar com os amigos é descoberta, é aventura, é agito. Também tem briga, quero ir pra cá, quero ir pra lá, quero ir a pé, quero ir de uber, quero mais cultura, quero mais bar. Tem afinidade, tem estresse, tem emoção, tem muita risada, muita música, muito vinho e cerveja.
Viajar de casal também é uma modalidade de viagem. Mas nesse caso o importante é a pessoa que te acompanha, que ofusca muitas vezes as maravilhas do mundo e te tira o foco do que tem em volta. Não de uma forma negativa, mas a paixão faz tudo parar ao nosso redor. Absorver menos do mundo e mais do outro.
Foco. Absorção. É isso que eu gosto em viajar sozinha. Sinto que tudo se expande, eu, minhas sensações, minha atenção, minha conexão, minha evolução. Viajar sozinha é prestar atenção em cada som, cada cor e cada sentimento que vem em mente. É tomar as próprias decisões. É errar e não poder culpar ninguém por ter ido para a direção errada do trem. É arcar com a consequência das próprias escolhas, sem reclamar. Afinal ninguém vai ouvir tua reclamação. Viajar sozinha é ter planos e ao mesmo tempo não ter nenhum. É planejar um roteiro e no final do dia acabar em um lugar que nunca ouviu falar com pessoas completamente diferentes de ti.
Viajar sozinha é autoconhecimento. Mas não só a parte boa do autoconhecimento. É se pegar solitária parte do tempo, empoderada outra parte. É olhar a cada esquina e lembrar de alguém que a gente ama. É querer compartilhar os lugares e momentos com nossa família e amigos, mesmo decidindo fazer essa jornada sozinha. É fazer uma ligação por vídeo e mandar uma foto no whats dizendo “como eu queria que tu estivesse aqui”. E sabe que essa distância toda aproxima? Me sinto muito mais conectada com todo mundo. Por pensamento, por energia, por uma tela, que seja.
Falando em empoderamento, é um dos principais motivos que me faz querer viajar sozinha. Mas não é bem assim não. Estar em outro país, outra cultura, sendo mulher, é assustadoramente incrível. Nesse momento vejo como sou insegura e confiante, frágil e forte, tenho medos e coragem. E é tão maravilhoso vencer esses medos e ir. Sair da zona de conforto, lutar contra eu mesma e ao mesmo tempo abraçar cada um dos meus defeitos. Aceitar. Não me cobrar tanto. Evoluir.
Por isso que eu amo viajar sozinha :)